sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Horário (Pol) Étilico

Uma hora de entretenimento perdida, 50 mil candidatos com um minuto de plataforma e musiquinhas que grudam na cabeça. Horário Político: o terror dos alienados. É sempre a mesma coisa a cada 4 anos. Correria partidária, muros pichados e caminhadas que engarrafam todo trânsito. Um programa que teria o sentido de esclarecer aparece com o efeito justamente contrário: confudir. Não dá mais pra saber as propostas dos candidatos. Não é mais esse o foco do horário político. Agora o que rola é picuinha. Tá tudo saindo debaixo do tapete. Pode escancarar, não tem problema! A população tem o direito de saber o quanto os futuros prefeitos já fizeram ( e podem fazer). Mas quem traiu quem, quem falou mal de quem, faça-me o favor, eu não preciso saber! Ninguém precisa. Já vira coisa pessoal. "Ahhh, não sei quemzinho não me apoiou na hora que eu mais precisei". E daí? É com você e ele, seu prefeito. Político tem mania de achar que a população tem que tomar as dores das safadezas que sofre. Já não basta as dores do dia-a-dia, ainda tem essa: personificação política. Todo mundo tem que tomar as dores do candidato, escolher um lado e lutar pelo "bem universal". Se não der certo, não tem problema. Damos uma surra! Pode vim qualquer um, até o presidente. A gente dá uma SURRAA!!!!. É quebra-pau, mano-a-mano. Isso quando não procuram uma forma de tirar a credibilidade do outro candidato. A maioria das propagandas eleitorais aparece justamente com esse intento. Uma delas mostra uma entrevista de emprego ficticia. Na entrevista, um empresário ( que não retrata em nada o perfil da população soteropolitana) pergunta pro aspira ( calvo, camisa listrada, parecidíssimo com um forte candidato à prefeitura. Pura coincidência.) qual é o seu currículo, suas habilidades. Aí o cidadão prontamente responde: "- sou amigo do presidente". O empresário insiste: " - o que você já fez?" e, mais uma vez, o coitado responde: " - sou amigo do presidente." Depois de inúmeros "sou amigo do presidente", o locutor deixa entender que o tal candidado não fez nada. Uma visão mesquinha, simplista e superficial. Tudo bem que o candidato é um puta puxa saco do Lula. Mas, que seja. Bom pra ele. Nesse come-come, ser amigo do presidente é que nem comer a Angelina Jolie numa jacuzzi por 48 horas sem parar. Já é uma vantagem. O que não dá é compactuar com esse ambiente de hipocrisia e traíragem. Ser alienado, nesse clima, é quase uma dádiva. Pelo menos, não acontece a tal personificação política. Se conserva um tanto de humanidade. Sem selvagerismo. Nem surras.