domingo, 27 de julho de 2008

"O ASA NÃO É MODA!! DEIXE O ASA PRA QUEM AMA O ASA"

"SEREI ΛﻜΛ MESMO QUE A GUITARRA NÃO TOQUE, MESMO QUE O DURVAL SE CALE, MESMO QUE O ABADÁ DESBOTE, MESMO QUE O CARNAVAL ESTEJA LONGE. SEREI ΛﻜΛ SEJA LONGE A MICARETA, SEJA LONGA A CAMINHADA, ΛﻜΛ NO PEITO E NA ALMA, NO GRITO E NAS PALMAS!!! " O hino anterior foi retirado de um perfil de Orkut. Contudo, a idéia está longe de aderir à campanha "Sou Asa". O fato é que, nos últimos tempos, a juventude soteropolitana vive na expectativa dos shows da banda. O Asa invadiu as rádios, canais de Tv, perfis de Orkut e as festas mais badaladas de axé .Virou arquétipo. É díficil não aderir à essa moda. Ir ao show da banda, para o baiano, é o mesmo que ir à Meca, para os mulçumanos: Obrigação, pelo menos uma vez na vida. Não quero criticar o Asa de Águia. Sou axézeiro de carteirinha. Das bandas preferidas, o grupo do Durval é um dos primeiros da lista. Asa 20 anos, Forró do Piu Piu, Carnaval, Trivela. Vou pra todos e com muito gosto. O bolso pesa um pouco, é fato. Mas, a sintonia dessas festas faz esquecer de tudo. Durante cinco horas, pelo menos, cerca de 100 mil pessoas se unem por um ideal: Festejar. Massa. O que me preocupa é a febre. É a intensidade. As pessoas andam encarando o Asa de Águia como filosofia de vida. "Durval é meu guia e o Asa meu amor". Admirar um artista é até aceitável, mas gente tatuada com o nome "Asa de Águia" no braço não é normal. O Asa de Águia assumiu o papel de sentido de vida. O que interessa mesmo, para a banda, é fomentar esses novos grupos, "A Galera do Asa", playboyzinhos e fudidinhos que acham que a vida é só festa. A moda é ir pros shows, colocar as fotos no orkut e aderir ao uso do " ΛﻜΛ" nas frases do msn. Quem não entra na tendência, provavelmente, é careta, nerd ou radical de esquerda. A moda é ser fútil e ai de quem não seja. E olhe que Durval nem cantar mais aguenta. Arrasta um trio capengando, com as calças cheias de lantejoulas e um enorme ar de desprezo para com os fãs. O cara despreza mesmo e quem não enxerga isso tá chapado de lança. Até compreendo, o que ele quer é ganhar dinheiro, ir pra Fernando de Noronha nos fins de semana e comer as garotinhas do "Asa". Quer ser que nem ele? Ótimo. Monta uma banda, trabalhe e vá construir seu império. Só não espere que eu faça cartaz e me declare como fã número 1. O mundo espera mais de mim. E mais de você também, com certeza.

domingo, 13 de julho de 2008

A lei é seca e o Brasil é festa.

A lei agora é seca. Adeus às cervejadas dos botecos, ao cravinho do Pelô e ao sangue de Cristo na Eucaristia. Manter-se afastado do álcool é uma tarefa dura pra quem já se acostumou com a presença etílica no corpo. A tentação era até considerada pelos oficiais. Dois, três, quatro copos, tudo bem! Só não vale se embreagar. Porém, como já é sabido, brasileiro não tá nem aí pra nada. Generalizar é errado, ok. Mas, se dirigir quase em príncipio de coma alcoólico é o mesmo que ter algum tipo de consciência, eu digo e repito: Brasileiro não tá nem aí pra nada. Mata todo mundo, inclusive ele próprio. Por muito tempo, se apostou nos slogans "se beber não dirija", "bebida e direção não combinam", acompanhado dos números de acidentes no trânsito do último mês. Até os pronto-socorros, coitados, abdicaram de maiores lucros e aderiram as campanhas. De nada adiantou. Pois bem, viva à sociedade radical. Aí brasileiro reclama, as cervejarias vão à falência e os críticos destilam veneno nos jornais de domingo. É triste, mas só assim pra surtir algum efeito. E, se surtir. Há poucos dias, uma reportagem de telejornal flagrou dezenas de motoristas dirigindo alcolizados, mesmo depois da lei seca. Ainda insistem que a culpa é do governo. Que o Brasil anda mal não é nenhuma novidade, mas esculhambar o governo desenfreadamente já é sintoma de um povo mal resolvido e hipócrita. É por isso que a lei causou essa crise de abstinência, não dá mais pra sair, encher a cara e achar que a vida é uma festa. Afinal, é isso que importava. Achar que o Brasil é uma festa.

domingo, 6 de julho de 2008

Profissão, pendengas e passividade.

O papo é o seguinte: profissão. Direto, sem enrolar muito. 17 anos e uma pergunta escrita em sua testa: Que é que eu vou fazer da vida? Pra quem nasceu nos berços da classe média brasileira ( alta, média, baixa ou super baixa), passar num vestibular e entrar num curso de nível superior se torna a bola da vez. Mas, não é apenas entrar num curso superior. É preciso ganhar dinheiro. Aí que tudo complica. Coisas pra me ocupar na vida? Várias. Escrever, conversar, praia, cine, pega uma ali, pega outra cá. Tudo ótimo. Coisas pra ganhar dinheiro? Nada. Dinheiro fácil no Brasil é pra quem tem herança ou ganha na megasena. Há ainda quem arrisque no mercado financeiro. Ações, Bovespa, dolarização, taxa de câmbio. Tudo grego. Tem gente que trabalha horrores por uns trocados no fim do mês. Eu não penso assim. Álias, não pensava até me dar conta da vida pós-colégio. Saber que, muitas vezes, fazer o que se gosta é o mesmo que assinar um atestado de pobreza, deprime. Tudo bem! Você pode fazer o que gosta, tentar um mestrado, depois um doutorado, ganhar mares de dinheiro e ir pro Caribe. Sol, sombra e cerveja fresca, me gusta mucho las caribenãs! Mas, logo você descobre que vai ser pai. Ah! O condomínio aumentou, junto com a gasolina. E sua mãe precisa fazer uma cirurgia de estômago. Putz. Adeus Caribe, olá problemas. Contas a pagar, dinheiro que não dá. A melhor solução é um concurso público. Já diziam papai e mamãe: " é garantia de bom salário, plano de saúde e previdência". Perto de um desses concursos, minha mãe, fronte às minhas expectativas juvenis, repetiu a frase de um amigo de trabalho: "Ele tá na fase do fulgor da juventude, em breve acaba". Otário e desiludido esse amigo. Por isso que estamos vivendo num país afundado em gente acomodada e preguiçosa. Cada um só pensa em sí mesmo e em como ganhar mais dinheiro trabalhando o menos possível. Uma vida assim seria boa, admito. Mas, o restante me preocupa. O transeunte que pede esmolas no sinal, a mulher presa por roubar uma lata de leite. Não dá pra saber de uma coisa dessas, cruzar os braços e apenas pensar na festinha do próximo sábado. Pior que a gente briga, discute e acaba cedendo. Caímos no determinismo que sustenta as relações sociais. O que fazer? Discutir Marx, protestar e lamentar. Pelo menos fazer. Isso se o trabalho deixar, hora extra fode com todo mundo.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Poligamia

Poligamia, s. f. Matrimônio de uma pessoa com muitas outras; estado de polígamo. Definição do dicionário. Porque o interesse pelo assunto? Falta do que escrever. Isso mesmo. Na verdade, não seria bem uma "falta", mas o contrário. É difícil, quando você tem total liberdade de criação, optar por um tema. Deve ser o costume. Quando a gente é mais novo, a criatividade frui solta. É fácil ir em saturno, visitar os anéis de júpiter e voltar como se nada tivesse acontecido. Mas, aos poucos vão podando essa capacidade dos sapiens e caímos na dobradinha estímulo-resposta. Foi no estímulo do Kid Abelha que veio a resposta: Escrever sobre sexo. PIMBA! Todo mundo curte, todo mundo faz. Só com uma ressalva. Nem todo mundo tem seu harém. É aí que entra a Poligamia do Kid Abelha, "todo homem merece um harém, toda mulher também." As coisas agora são assim, todo mundo come todo mundo. Eu, com minha criação ultra conservadora, até admiro a escancaração. 2008, advento da pós-modernidade, e as pessoas perdendo a vergonha, musicando sexo, fazendo apologia às drogas e sendo respeitadas. Claro que nada é unânime. Contudo, o motivo da admiração é consequência da perda da vergonha, do pudor. De admitir que faz e acontece, mesmo que as pessoas falem. E como falam. Sou um dos primeiros a inaugurar o falatório. " Meus amores me querem inteira, em qualquer posição. Meus amores não marcam bobeira e eu não fico na mão. Escritório, supermercado, banco de condução. Todo canto é apropriado, eu nunca digo não". Mas é uma bela descarada! No fim é assim, neguinho fala o que quer e ouve o que quer e não quer. Há um código de costumes que traz um "manual de boas maneiras do início do séc. 21" . É costume, tradição, coerção social. Não dá pra mudar assim fácil. Mas, ainda admiro quem publique suas vontades ninfomaníacas. Acho que o papo poderá ser aceito sem causar espanto em outra geração, 2070 pra frente. Numa geração em que máxima seja "vamos gozar, vamos viver. Vocês e eu, eus e você."

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Escrever, pensar e criticar. Dessa vez, vou levar à sério. Prometo.