domingo, 13 de julho de 2008

A lei é seca e o Brasil é festa.

A lei agora é seca. Adeus às cervejadas dos botecos, ao cravinho do Pelô e ao sangue de Cristo na Eucaristia. Manter-se afastado do álcool é uma tarefa dura pra quem já se acostumou com a presença etílica no corpo. A tentação era até considerada pelos oficiais. Dois, três, quatro copos, tudo bem! Só não vale se embreagar. Porém, como já é sabido, brasileiro não tá nem aí pra nada. Generalizar é errado, ok. Mas, se dirigir quase em príncipio de coma alcoólico é o mesmo que ter algum tipo de consciência, eu digo e repito: Brasileiro não tá nem aí pra nada. Mata todo mundo, inclusive ele próprio. Por muito tempo, se apostou nos slogans "se beber não dirija", "bebida e direção não combinam", acompanhado dos números de acidentes no trânsito do último mês. Até os pronto-socorros, coitados, abdicaram de maiores lucros e aderiram as campanhas. De nada adiantou. Pois bem, viva à sociedade radical. Aí brasileiro reclama, as cervejarias vão à falência e os críticos destilam veneno nos jornais de domingo. É triste, mas só assim pra surtir algum efeito. E, se surtir. Há poucos dias, uma reportagem de telejornal flagrou dezenas de motoristas dirigindo alcolizados, mesmo depois da lei seca. Ainda insistem que a culpa é do governo. Que o Brasil anda mal não é nenhuma novidade, mas esculhambar o governo desenfreadamente já é sintoma de um povo mal resolvido e hipócrita. É por isso que a lei causou essa crise de abstinência, não dá mais pra sair, encher a cara e achar que a vida é uma festa. Afinal, é isso que importava. Achar que o Brasil é uma festa.

Um comentário:

Ian Castro disse...

Po pião, até que esse blog tá fazendo um bem a você: melhorando sua escrita.
Por mais que eu não goste desses blogs "eu digo o que eu quero" e só leia o seu porque sou seu amigo (disse mermo) eu gostei do modo que você tá escrevendo.
Bem melhor que antes.
Bem melhor que os trabalhos da matéria de Annamaria que eu deixei na sua mão.
:P