O papo é o seguinte: profissão. Direto, sem enrolar muito. 17 anos e uma pergunta escrita em sua testa: Que é que eu vou fazer da vida? Pra quem nasceu nos berços da classe média brasileira ( alta, média, baixa ou super baixa), passar num vestibular e entrar num curso de nível superior se torna a bola da vez. Mas, não é apenas entrar num curso superior. É preciso ganhar dinheiro. Aí que tudo complica. Coisas pra me ocupar na vida? Várias. Escrever, conversar, praia, cine, pega uma ali, pega outra cá. Tudo ótimo. Coisas pra ganhar dinheiro? Nada. Dinheiro fácil no Brasil é pra quem tem herança ou ganha na megasena. Há ainda quem arrisque no mercado financeiro. Ações, Bovespa, dolarização, taxa de câmbio. Tudo grego. Tem gente que trabalha horrores por uns trocados no fim do mês. Eu não penso assim. Álias, não pensava até me dar conta da vida pós-colégio. Saber que, muitas vezes, fazer o que se gosta é o mesmo que assinar um atestado de pobreza, deprime. Tudo bem! Você pode fazer o que gosta, tentar um mestrado, depois um doutorado, ganhar mares de dinheiro e ir pro Caribe. Sol, sombra e cerveja fresca,
me gusta mucho las caribenãs! Mas, logo você descobre que vai ser pai. Ah! O condomínio aumentou, junto com a gasolina. E sua mãe precisa fazer uma cirurgia de estômago. Putz. Adeus Caribe, olá problemas. Contas a pagar, dinheiro que não dá. A melhor solução é um concurso público. Já diziam papai e mamãe: " é garantia de bom salário, plano de saúde e previdência". Perto de um desses concursos, minha mãe, fronte às minhas expectativas juvenis, repetiu a frase de um amigo de trabalho: "Ele tá na fase do fulgor da juventude, em breve acaba". Otário e desiludido esse amigo. Por isso que estamos vivendo num país afundado em gente acomodada e preguiçosa. Cada um só pensa em sí mesmo e em como ganhar mais dinheiro trabalhando o menos possível. Uma vida assim seria boa, admito. Mas, o restante me preocupa. O transeunte que pede esmolas no sinal, a mulher presa por roubar uma lata de leite. Não dá pra saber de uma coisa dessas, cruzar os braços e apenas pensar na festinha do próximo sábado. Pior que a gente briga, discute e acaba cedendo. Caímos no determinismo que sustenta as relações sociais. O que fazer? Discutir Marx, protestar e lamentar. Pelo menos fazer. Isso se o trabalho deixar, hora extra fode com todo mundo.
3 comentários:
É, peão, também tenho essa dúvida até hoje. Y también me gusta las caribeñas.
É complicado mesmo cara, queremos sempre aquela vida fácil e sem muitas atribuições. Ontem estava ouvindo uma conversa na facul, - ' cara, tô no quarto ano e nenhuma matéria me estimula de verdade, o que eu gosto mesmo é de ficar em casa jogando videogame. ' o interlocutor respondeu - ' pois é, eu tambem, pq vc não cria um faculdade pra isso? ', - ' qual seria o mercado consumidor de aluno desses? haha ' . Pois é, essa vida nos obriga a seguir o modelo clássico, formar-se, conseguir um bom emprego e construir uma família. Mas quando nos deparamos com a dificuldade de cumprir essa simples meta, a priori, nos dá aquela vontade de conseguir um emprego fácil e ganhar muito, a famosa arte de ' mamar nas tetas do estado '.
O problema é 'O homem é o lobo do homem' como disse Hobbes.
Grande abraço Thiago!
Não tem uma resposta correta ou fácil pra tudo isso.. aliás, o que é que na vida é certo, "não é verdade minha gente?!" (NEPOMUCENO, 2007).
No entanto, acredito que é tudo uma questão de escolhas!! E sei: fazer escolhas não é nada fácil! Falo isso por eu mesmo! (Demorava até pra decidir qual filme ia pegar na locadora, qdo tinha uns 10anos de idade!) Mas o que faz o homem, o que torna claro o seu caminho, são justamente essas escolhas que ele faz! E isso se aplica a tudo (ou quase tudo) inclusive na Faculdade e nos percursos profissionais que você irá tomar!
Você já sabe minha opinião: se for o que você gosta de fazer, e se você acredita no que tá fazendo (no que tá estudando e no que está ESCOLHENDO) os frutos do que você semeou vão aparecer!
Abraçãoo.. e sucesso pra tudo na sua vida! =)
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